29 janeiro 2009

América Latina perderá 2,4 mi de empregos em 2009

Até 2,4 milhões de trabalhadores podem perder o emprego em 2009 na América Latina, fazendo com que a região registre o primeiro aumento em seis anos na taxa de desemprego, disse na terça-feira a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Em 2008, a taxa de desemprego na América Latina e Caribe caiu ao seu menor nível em 16 anos, mas agora deve sentir o impacto da crise global, segundo o relatório da OIT sobre a região.

Refletindo a desaceleração econômica - a taxa de crescimento prevista é de 1,9%, depois dos 4,8% de 2008 -, a taxa média de desemprego urbano na região deve subir de 7,4% no ano passado para entre 7,9 e 8,3%.

O desemprego pode ser ainda pior caso as previsões de crescimento sofram novas revisões para baixo, diz o estudo. "Estamos falando de uma forte desaceleração, que irá afetar os mercados de trabalho. Não podemos descartar que a cifra seja novamente revisada nas próximas semanas, e que enfrentemos um cenário ainda mais sombrio", disse Jean Maninat, diretor regional da OIT, no relatório.

Muitos países da região dependem fortemente das exportações de matérias-primas, cujos preços caíram drasticamente nos últimos meses. De acordo com o relatório, o México e a América Central serão mais atingidos pela recessão norte-americana, por terem mais relações comerciais com os EUA.

Alguns países centro-americanos e caribenhos também sofreram com a redução das remessas de emigrantes dos países ricos, e também com o menor faturamento do turismo.

A crise global já provocou um aumento do desemprego no ano passado no Chile, em Barbados e na Jamaica. Em outros países, a taxa ficou estável ou caiu.

"Já podemos detectar sinais de crise no mercado de trabalho latino-americano", disse Laís Abramo, diretora do escritório da OIT no Brasil, em entrevista coletiva.

Os setores mais afetados pela crise são turismo, construção e automotivo, segundo Abramo. Ela alertou que a piora no mercado de trabalho ameaça corroer os avanços realizados pelos países da região nos combate à pobreza nos últimos anos.

Maninat defendeu medidas oficiais anticíclicas, como gastos em infraestrutura e crédito para pequenas e médias empresas.

No Brasil, maior economia da região, o governo concedeu créditos e benefícios fiscais a consumidores e a vários setores econômicos, mas na terça-feira anunciou um congelamento temporário de gastos públicos no valor de 37,2 bilhões de reais.

Empresários e sindicalistas brasileiros têm se reunido nas últimas semanas para discutir alternativas ao corte de empregos, como a redução da jornada de trabalho. Pelo menos um sindicato de metalúrgicos aceitou uma redução de salários para poupar empregos.

Siderúrgicas e mineradoras, além das indústrias automobilísticas, foram os setores que mais demitiram nas últimas semanas.

FONTE: Reuters 28/01/2009
FONTE: http://www.hsm.com.br/editorias/economiaefinancas/america-latina_perdera_280109.php?mace2_cod=1385&pess2_cod=371326&lenc2_cod=

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