30 janeiro 2009

Mercado de trabalho promissor para a área de RP

No Guia de Profissões da Folha de São Paulo, publicado no dia 21 de setembro, Relações Públicas aparece eleita como uma das 10 profissões mais promissoras para os próximos anos. As dez carreiras foram escolhidas após consulta a 158 especialistas e instituições. Nesta entrevista, a professora Maria Paula Mansur Mader, coordenadora dos cursos de Relações Públicas e de Publicidade e Propaganda da UniBrasil, de Curitiba/PR, comenta sobre esta perspectiva.

Relações Públicas é mesmo uma profissão em expansão?
Relações Públicas é, sem dúvida, uma profissão em franco crescimento. Levantamentos feitos pelo Conselho Regional dos Profissionais de Relações Públicas (Conrerp, 2ª. Região, SP/PR), no qual são afiliados os profissionais de Curitiba, apontam que o mercado para Relações Públicas cresce 15% ao ano e oferece cada vez mais oportunidades para os profissionais da área, além de oferecer carreira mais promissora nas próximas décadas.

Tal expansão já vem acontecendo há mais de 15 anos, quando as agências, antes denominadas Agências de Publicidade, ampliaram seu leque de serviços prestados aos clientes e passaram a se intitular Agências de Comunicação Integrada. A necessidade de oferecer novas soluções de comunicação às organizações é conseqüência de um cenário que teve início por volta de 1990, quando o Brasil iniciou seu processo de globalização.

Este processo se intensificou nos últimos anos, com investimentos estrangeiros e ampliação da autonomia do setor privado. Muitas novas empresas se instalaram no país, aumentando a concorrência e também criando novas demandas de comunicação, já não atendidas por departamentos internos das organizações, mas sim pelas agências e assessorias de comunicação terceirizadas.

Em quais áreas o profissional de Relações Públicas está atuando?
Devido a esse grande aumento de concorrência, as empresas ficaram mais preocupadas com sua credibilidade, buscando profissionais de comunicação para trabalhar sua imagem perante o público. Neste cenário, o profissional de Relações Públicas passou a ter um espaço bastante valorizado nas agências que prestam assessoria de comunicação interna e externa. O Brasil possui hoje mais de mil agências de Relações Públicas, o que demonstra que o mercado está ativo e bem movimentado, com condições de absorver os recém-formandos.

Também estão sendo criadas novas oportunidades a partir do terceiro setor e da demanda por atividades de cidadania empresarial. De acordo com o vice-presidente da ABRP (Associação Brasileira de Relações Públicas), Prof. Dr. Luiz Alberto de Farias, muitas organizações estão dando exemplo do valor do investimento em questões de responsabilidade social, buscando além do fortalecimento de sua imagem a ampliação de seu market share a partir da associação de sua imagem à marca, agregando valor ao produto e criando diferenciais de mercado.

Um dado que demonstra isso são as 1360 empresas, de diferentes portes e setores, que estão associadas ao Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social e possuem em comum o interesse em estabelecer padrões éticos de relacionamento com funcionários, clientes, fornecedores, comunidade, acionistas, poder público e com o meio ambiente. E para isso é necessário promover diálogo e aproximação, ou seja, é necessário um bom trabalho de Relações Públicas. Só no Paraná temos alguns bons exemplos de empresas que trabalham nesta visão: Electrolux, Itaipu Binacional, Kraft Foods, O Boticário, Renault, Tim, Vivo.

Mas por outro lado também não podemos deixar de lembrar que existem outras inúmeras e diversificadas áreas em que o Relações Públicas costuma atuar, como, por exemplo, consultor político, ouvidor, ombudsman, pesquisador de opinião pública e em ações de lobby.

Também tem possibilidade de atuar em cerimonial e protocolo, como planejador e executor de eventos, consultor de cerimonial, mestre de cerimônias e planejador de programas de visitas. Pode se especializar no atendimento de organizações de vários setores como saúde, ensino, esporte, financeiro, ecológico, em relacionamentos internacionais, na promoção de produtos culturais, por exemplo.

Quanto à formação deste profissional, o que se espera?
Naturalmente que com tais mudanças e tamanha competitividade, o mercado exige desse profissional muito mais criatividade, para aproveitar ao máximo a potencialidade das inúmeras ferramentas de comunicação disponíveis. Isso exige constante pesquisa e atualização, especialmente no que diz respeito às novas tecnologias.

Segundo Paulo Nassar, diretor-geral da Aberje (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial), o que está em alta é todo o campo em que vários profissionais, inclusive os relações públicas, atuam: o da comunicação de organizações. E para quem quer chegar na frente, a formação em Relações Públicas facilita o ingresso no setor. Nassar é graduado em Jornalismo, mestre e doutor em Relações Públicas, e afirma: "Quem faz o curso em nível de graduação já começa com uma vantagem competitiva, com sua formação no campo da atividade relacional. Quem não teve essa formação está procurando ter já num nível de pós-graduação".

Mas é importante ressaltar que a formação oferecida no curso de graduação, além da comunicação, passa pelas áreas de administração, marketing, planejamento estratégico e informática, pois o futuro profissional deve desenvolver espírito empreendedor, dedicação aos assuntos públicos e corporativos e muita criatividade. Indispensável também hoje é o domínio de línguas estrangeiras e das ferramentas de tecnologia da informação e da comunicação, características deste cenário globalizado.

E as perspectivas salariais?
Como não há um piso salarial estabelecido para os profissionais formados nesta área, a remuneração pode variar conforme a região e também o porte da empresa, seja agência ou organização. Segundo Elaine Lina, presidente do Conrerp (2ª. Região, SP/PR), um recém-formado já sai da faculdade com um salário bastante atrativo, e podemos ser otimistas no que diz respeito ao futuro da profissão também quanto à remuneração. De acordo com pesquisa feita pela Aberje, e também citada no texto da Folha de São Paulo, analistas de comunicação ganham em média R$ 2.800 por mês, e o salário de diretores da área costuma superar os R$ 30 mil mensais. É uma boa perspectiva!

FONTE: http://www.unibrasil.com.br/noticias/detalhes.asp?id_noticia=3752

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